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Formada em Administração de Empresas com especialização em Auditoria e Gestão em Saúde. Consultora em qualidade e Gestão por Processos na área da saúde para hospitais e operadoras de planos de saúde.Professora de Pós Graduação na área da Qualidade em Saúde. Mestre em Desenho, Gestão e Direção de Projetos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Acreditação NIAHO é complemento da ONA3

DNV busca expandir certificação internacional para hospitais que já possuem o nível 3 da Organização Nacional de Acreditação

por Verena Souza

A NIAHO, criada há três anos nos EUA pela empresa de gestão de riscos DNV, chega ao Brasil como um diferencial para hospitais já maduros em sua gestão assistencial. Somente aqueles que já possuem o nível 3 da ONA é que podem receber a certificação internacional.
O coordenador da vertical de saúde da DNV, Luiz Marzano, elencou alguns aspectos importantes da norma: competências médicas, planejamento de alta a partir da entrada do paciente no hospital, avaliação de desempenho de corpo clínico, levando em conta que no Brasil existe o modelo de corpo clínico aberto.
“A NIAHO agrega valor por meio de seus diferenciais que vão além da ISO e da ONA”, diz Marzano.
Até o momento, três hospitais são acreditados pela NIAHO. São eles: Mater Dei (BH), Biocor (MG) e Hospital Dia e Maternidade Unimed Belo Horizonte.
Segundo o coordenador, já existem mais 5 instituições de saúde brasileiras em processo de certificação. Nos EUA já são 260 hospitais reconhecidos pela norma. “Notamos uma migração do antigo modelo de gestão para a NIAHO”.

Operadoras: como gerenciar os riscos?

Operadoras querem conhecer sua população assistida para investir em promoção de saúde. Objetivo: evitar gastos desnecessários

por Mariana Costa para a Revista FH

Gerenciar riscos de forma eficiente é um grande desafio das operadoras de planos de saúde para se manter competitivas no mercado. Na corrida para encaixar os gastos com assistência dentro do orçamento, é preciso buscar maneiras de prevenir episódios que possam onerar ainda mais as empresas.
Neste sentido, um risco é todo procedimento pontual que possa desequilibrar a apólice de uma operadora, como explica Luiz Massad, gestor médico e consultor da Torres Consultoria. “Antigamente, você podia fazer reajustes numa periodicidade mais curta, mas a nova legislação não permite reajustes em prazos inferiores a doze meses. O risco é que fatos pontuais, como um câncer com quimioterapia prolongada, desequilibrem essa previsão de um ano.”
Se nem sempre é possível prever quais doenças vão acometer cada paciente nesse período, é aconselhável realizar ações preventivas que diminuam a probabilidade desses eventos ocorrerem. “Para minimizar riscos, podemos mapear a saúde daquela população e trabalhar com programas de qualidade de vida, contra tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e obesidade”, diz Massad.
Quanto aos pacientes crônicos, o consultor alerta que é preciso monitorar se farão exames e comparecerão às consultas, para que a doença não evolua para uma “operação inútil”. Segundo ele, o principal canal para as operadoras colocarem isso em prática é por meio do setor de Recursos Humanos das empresas que contrataram a assistência para seus funcionários. “O segundo maior custo das empresas é a saúde. Além dos custos diretos com assistência ocupacional, a empresa tem que arcar com quem vai substituir o funcionário no caso de doença. A solução é trabalhar com indicadores, para entender melhor sua população e investir em medidas preventivas.”
E é justamente para “trabalhar com indicadores” que as operadoras vêm adotando ferramentas que permitem analisar a sinistralidade da carteira, comparando as despesas de cada beneficiário ao longo de determinado período. Recorre-se também a avaliações aprofundadas, que levam em conta quesitos como quantidade de exames e internações e custo médio dos procedimentos.
Mas não é só isso. Conhecer a população também significa entender o perfil de sua carteira, conforme explica Roberto Speller, diretor comercial da Fácil Informática. “É fundamental saber a distribuição por sexo, faixa etária, localização geográfica. Se a operadora utilizar uma ferramenta de Business Intelligence (BI), ela pode avaliar essas dimensões para, dentre os diversos grupos de risco conhecidos, direcionar o seu foco naqueles cujas despesas estiverem mais concentradas.”
Speller explica que a demanda por ferramentas para gestão de riscos tem aumentado a cada dia. Desde 2009, as vendas do software de gestão de riscos criado por sua empresa cresceram 20% ao ano. Reflexo de que as operadoras se preocupam crescentemente com indicadores assistenciais, sinistralidade e custos.
O executivo destaca ainda a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ao criar protocolos para as operadoras controlarem patologias e aumentar o valor da pontuação do Índice de Desempenho em Saúde Suplementar (IDSS) para empresas com programas de prevenção aprovados.
É que para fins de acompanhamento, as operadoras informam à ANS todos os programas para Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças desenvolvidos. Aquelas que desejam lançar tais investimentos em conta específica do plano de contas da ANS submetem os programas à aprovação da agência e ao monitoramento periódico por meio de indicadores específicos.
A opinião de Michelle Rangel, gerente de monitoramento assistencial da ANS, reflete a importância dada pela agência a um bom gerenciamento de riscos. Michelle considera a preocupação com gestão do cuidado uma mudança de paradigma que tem efeito triplo: alcança os beneficiários, ao prevenir doenças e oferecer um diagnóstico precoce; as operadoras, por meio de um gerenciamento sustentável, que otimiza recursos e reduz custos assistenciais; e a sociedade, promovendo um envelhecimento mais saudável e o aumento da expectativa e qualidade de vida dos indivíduos.
Tais resultados têm sido buscados pela operadora Cassi, ao analisar o perfil epidemiológico da população assistida para desenvolver ações que visam aumentar o cuidado em saúde. “Temos o cadastramento da população alvo da Estratégia Saúde da Família e desde os primeiros atendimentos utilizamos uma série de ferramentas capazes de identificar os riscos existentes. Temos, também, os exames periódicos de saúde dos funcionários do Banco do Brasil, que identificam uma série de questões ligadas à saúde, temos a base de dados de nosso sistema operacional e o nosso Prontuário Eletrônico”, explica Vilma Dias, gerente executiva de saúde da operadora.
Uma das ações desenvolvidas com base nesses dados foi a criação de 64 CliniCassi, serviços próprios com foco no atendimento de doentes crônicos e outras patologias que exigem cuidados constantes.
Segundo Vilma, os gastos da Cassi com assistência à saúde totalizam cerca de R$2 bilhões ao ano. Em torno de 85% desse valor é direcionado para recuperação e cura de doenças e os 15% restantes vão para  programas de prevenção de doenças e promoção da saúde. 
Um custo que traz retornos diretos e indiretos e cuja necessidade não pode ser ignorada pelas operadoras. Pois em um segmento altamente competitivo, fazer uma boa gestão de riscos é nada menos que uma questão de sobrevivência.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Benner lança solução que opera em 10 módulos diferentes

Entre as funcionalidades existentes no sistema, destacam-se a integração com sistemas e tabelas unificadas do SUS, controle de ESF (Estratégia Saúde de Família) Digital

por Saúde Web

A Benner Sistemas lançou recentemente uma nova solução para ser utilizada na gestão da saúde pública, que tem capacidade de operar em 10 módulos diferentes. Entre as funcionalidades existentes no sistema, destacam-se a integração com sistemas e tabelas unificadas do SUS, controle de ESF (Estratégia Saúde de Família) Digital, prontuário eletrônico baseado em protocolos de atendimento e georeferenciamento.
Veja a seguir os 10 módulos nos quais o recurso pode ser utilizado:
• Atendimento Domiciliar:
atende às características do PSF (Programa de Saúde da Família) e PACS (Programa de Agente Comunitário de Saúde). Cadastra e controla os munícipes e suas famílias, com a geração do prontuário eletrônico individual e da família. Além disso, controla as equipes que atendem cada micro área, dentro do conceito de geoprocessamento.
• Integração com Cartão Nacional de Saúde / SUS
: a solução é integrada ao Cartão Nacional de Saúde (SUS). Também trabalha integrada com as políticas e sistemas preconizados pelo DATASUS (SISAIH, SIASUS, SISPRÉ-NATAL, SISVOLUM, HIPERDIA, etc.).
• Regulação de Agendamento e Atendimento: permite determinar e parametrizar uma política de atendimento integrada com controle total dos agendamentos das unidades básicas de acordo com as escalas e características parametrizadas (dias, horários, retornos, extras, atendimentos em grupo, afastamentos etc.) de cada profissional.
• Prontuário Eletrônico de Pacientes e Protocolos Médicos de Atendimento: O sistema permite a utilização de Prontuário Eletrônico pelos diversos profissionais que atendem diretamente os pacientes (principalmente os médicos) através da adoção do conceito de Protocolos de Atendimento, que agilizam e controlam as prescrições, receituários, exames físicos, diagnósticos e procedimentos técnicos, de acordo com o padrão estipulado por cada protocolo, integrando aos setores de Farmácia, Coleta, SADT e Rede Credenciada.
Farmácia e Estoque: Controla  o processo de dispensação de materiais e medicamentos de forma integrada na rede de atendimento, com o registro das receitas emitidas, e controle das quantidades entregues a cada munícipe e o saldo a ser entregue, independentemente da unidade básica que o munícipe esteja passando. Estes procedimentos diminuem o desperdício, a evasão e a perda de medicamentos e materiais na rede, chegando a uma redução de custos de aproximadamente 26%.
• Coleta e Laboratório: Controla automaticamente o processo de agendamento de coleta de material biológico realizado nas unidades de atendimento, de acordo com a solicitação médica de exames. Agiliza o processo de envio destes materiais ao Laboratório Central. Ao chegar o material no laboratório central, controla todas as etapas de produção (confirmação de entrada do material, emissão de mapas de trabalho, entrada de resultado, confirmação de resultado, entrega).
• Vacinas: Controla a vacinação por munícipio, formando uma caderneta de vacinação no sistema e integrando as informações com o Prontuário Eletrônico do Paciente, estas informações estão vinculadas ao calendário nacional de vacinação, tendo assim um controle efetivo sobre as campanhas realizadas município.
• Triagem Classificatória: Permite que o setor responsável pelo encaminhamento do paciente, dentro da unidade de Pronto Atendimento, determine as prioridades de atendimento conforme questionário de risco, verificando o tipo de atendimento como: urgência, emergência, ambulatorial e atendimento social.
• Vigilância Epidemiológica: Permite que a instituição reúna um conjunto de informações para traçar o perfil de sua população e criar políticas preventivas e ações para controle ou mesmo erradicação de determinadas doenças.
• Informações Gerenciais: Este módulo cruza as diversas informações do banco de dados: assistenciais, administrativas ou financeiras possibilitando a criação de políticas na área de saúde, integrando com o Excel e permitindo a emissão de gráficos das informações selecionadas.
De acordo com a empresa, a solução Benner Saúde Pública está disponível no modelo cloud computing. O cliente adquire um pacote, cujo pagamento é mensal, que inclui software, serviço e treinamento na ferramenta.

Empresa lança primeiro aplicativo de auditoria médica para iPad

Ferramenta tem como objetivo disponibilizar informações atualizadas sobre normas e rotinas diárias de auditoria em saúde

por Cínthya Dávila

A Analysis Auditoria e Consultoria Médica, do Rio de Janeiro, lançou, nesta segunda-feira, (10), o primeiro aplicativo para Ipad sobre auditoria médica. A ferramenta tem como objetivo disponibilizar informações atualizadas sobre normas e rotinas diárias de auditoria em saúde. Segundo o sócio diretor da Analysis Auditoria e Consultoria Médica, João Paulo Reis Neto, trata-se de uma versão para IPad do programa para PC, denominado Compêndio de Auditoria.
“Os dados podem ser utilizados tantos na gestão de operadoras quanto para médicos, enfermeiros e profissionais que atuam no segmento administrativo”, conta.
Em sua experiência como auditor, ele ressalta que sentia ausência de padrões na rotina da profissão. “Constatei que os profissionais realizavam a função de forma aleatória, pois não havia um manual de auditoria”.
Em vista disso, na década de 90, decidiu criar um programa – primeiramente para PC – que abrigasse informações importantes e práticas sobre a rotina da auditoria médica. “Estou me adaptando às novas ferramentas, por isso, decidi migrar as informações para o sistema da Apple”.
Diante do atual momento, em que, cada vez mais, o setor da saúde se torna informatizado e móvel, Reis ressalta a importância de se ter ferramentas que facilitem a rotina dos profissionais.
“É indispensável fazer auditoria sem recursos de TI. Os profissionais sempre buscam informações para saber mais sobre o que estão auditando, convivemos diariamente com a tecnologia”
Composta de recursos como fotos, vídeos de materiais, OPME, equipamentos e procedimentos médicos, a ferramenta é dividida em 12 capítulos principais, com 51 tópicos, 22 anexos, 9 tabelas e 26 temas complementares.
Além disso, o aplicativo conta com anexos como: abreviaturas de termos médicos, anestésicos e analgésicos mais usados, glossários de especialidades, exames e tratamentos médicos, listagem de medicamentos genéricos, padronização de sistemas de informação na área de saúde, diretrizes de utilização da RN 211 da ANS, entre outras.
Otimista, Reis finaliza ao dizer que está com boas expectativas quanto a aceitação do produto no mercado. ”Os profissionais da saúde já conhecem a versão para computador. Acredito que por esse fato e também pelo preço acessível haverá uma boa utilização do produto”.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Veja 4 tipos distintos de atendimento ao paciente

Em post, especialista, Eduardo Silva, explica como funciona um atendimento padrão, bom atendimento, atendimento excepcional e um atendimento focado na ruptura.

Por Eduardo Silva

Olá, colegas, hoje em particular não falarei especificamente de questões voltadas à governança corporativa mas entrarei numa questão muito mais comportamental que demonstra de maneira explícita a diferença entre um atendimento padrão, um bom atendimento, um atendimento excepcional e um atendimento focado na ruptura.
Pois bem, vamos ao primeiro: o atendimento padrão. Este conceito oriundo da indústria está focado na eficiência, na produtividade em escala, é o atendimento que faz com que tudo funcione de maneira rápida e sem surpresas, é o mesmo que colocar o atendimento aos pacientes numa esteira e encaminhá-los à linha de produção, ou melhor, à linha de atendimento. Para situações em que há pouco tempo disponível é o atendimento perfeito pois em teoria o horário agendado será respeitado, o atendente será pragmático no encaminhamento, a coleta clínica,  as análises laboratoriais serão efetuadas de maneira ágil e o médico será breve, diretivo e assertivo. Este tipo de atendimento deve ser repleto de profissionais especialistas, com um grau de qualidade acima da média e sua aplicabilidade geralmente está ligada às questões emergenciais onde o tempo é um fator determinante para salvar vidas.
Ao tratar do bom atendimento vamos agregar o conceito de uma relação com alto grau humanitário e sentimental, pois o paciente passa a exercer também um papel de cliente e espera ter maior atenção dos profissionais da área de saúde pois sua premissa está diretamente ligada a estabelecer relação interpessoal, mesmo que momentânea. Ou seja, este tipo de atendimento exige dos profissionais da área de saúde uma maior dedicação quanto à postura no cotidiano, uma vez que precisará sorrir, ouvir, dialogar, informar, esclarecer e cuidar. Este tipo de atendimento está direcionado para pacientes internados e que geralmente encontram na figura das enfermeiras o genuíno representante deste papel. Ao tratarem os pacientes quase que como amigos de longa data, as enfermeiras provocam uma satisfação imediata, levando os mesmos a uma sensação de bem estar e de confiança nos serviços que estão sendo prestados.
O atendimento excepcional pode ser definido como aquele que mais possui fatores importantes para uma relação de longa data, pois agrega toda a especialização do atendimento padrão, a amabilidade do bom atendimento, o conhecimento do histórico de cada paciente e o principal: a paixão pelo exercício de sua profissão. Os profissionais que atuam desta maneira estão disponíveis e acessíveis a todo o tempo, tornam-se além de médicos muitas vezes confidentes de seus pacientes, tendo acesso a informações interpessoais que ajudam na análise clínica de causa de muitos problemas e por esta razão conseguem ser mais assertivos que os demais profissionais ao tratar os sintomas. Os médicos familiares e os pediatras geralmente exercem muito bem este papel e por isso seus pacientes, ou melhor, seus clientes sempre são tão fieis na relação.
Na contramão das três primeiras definições, temos o atendimento focado na ruptura, onde os profissionais não possuem qualquer preocupação com a qualidade de seus serviços, com o atendimento, ou mesmo com a relação. São meros burocratas de um sistema e passam o dia aguardando o horário da saída, semanas aguardando o próximo feriado, meses aguardando suas férias, enfim, são profissionais capazes de trazer desconfiança e irritabilidade por conta do mau atendimento, da falta de zelo e muitas vezes da falta de ética. Este tipo de profissional presente em diversas áreas traz uma preocupação ainda maior quando atua na área da saúde pois pode deixar na fila de espera uma paciente em estado crítico, efetuar uma análise clínica errônea, aplicar uma medicação equivocada e provocar de maneira irresponsável a morte de um paciente. Se transformamos o conceito de paciente em cliente, este profissional está atuando para levar a morte inclusive à corporação que representa pois sua atuação está direcionada, mesmo que de maneira inconsciente à ruptura. Geralmente este perfil é encontrado em profissionais que tiveram uma carreira frustrada e que não atingiram seus objetivos pessoais, que exercem uma função que não conseguem enxergar valor agregado ou porque simplesmente perderam a paixão pelo que faziam.
Quando perguntamos se atendemos pacientes, clientes ou coisas, podemos definir que o atendimento padrão está focado a pacientes, os atendimentos bons e excepcionais possuem graus diferentes de composição entre pacientes e clientes mas o atendimento por ruptura certamente foca em coisas, em fazer o menos possível, no louvor à preguiça e à incompetência.
Há pouco tempo estive numa das mais famosas e maiores clínicas de análise laboratorial do país e que investe de maneira programada e constante na capacitação de seus profissionais. Sei do valor agregado deste laboratório pois tenho o prazer de conhecer pessoalmente seu presidente, que possui grande preocupação com a qualidade no atendimento.
Todavia, apesar de todo o investimento e preocupação da alta direção, fiquei extremamente decepcionado ao ouvir a conversa entre dois profissionais que atuam em análises laboratoriais: o comentário de que não fariam o exame do meu filho através de um equipamento de melhor qualidade por este se localizar no 2º andar do prédio e por já ser 17h30. Estes mesmos profissionais me disseram ainda: “Como está próximo das 18 horas, o senhor entende, não é?”
Claro que não posso entender como alguém pode se recusar a ofertar para seus clientes o que possui de melhor, claro que não entendo a falta de profissionalismo, claro que não entendo a preguiça no exercício da função, claro que não entendo a falta de ética profissional. Imaginem se os engenheiros que cuidam da manutenção das turbinas das aeronaves deixarem de trocar as peças porque estão em outros galpões. Será que voaríamos tranquilos?
Alguns de vocês devem estar indagando neste momento: mas isto não acontece no hospital, no laboratório, na clinica em que atuo. Ledo engano, esta situação acontece em toda corporação pois é muito difícil criar mecanismos que detectem esta atitude na execução das atividade cotidianas. É muito difícil segregar profissionais que possuem paixão pelo que fazem daqueles que se pudessem mudariam rapidamente de profissão.
O alerta que gostaria de dividir é que não importa o quanto investimos em treinamentos, em equipamentos de ponta, em infraestrutura se não criarmos mecanismos de contratação, retenção, valorização e monitoramento que sejam capazes de analisar a capacidade técnica, os valores éticos, morais e a postura dos profissionais que desejamos para nossas corporações.

E então, o que vocês acham, os profissionais da sua corporação atendem pacientes, clientes ou coisas?

Eduardo Silva é especialista em Estratégia e Marketing e Sócio-Diretor do Grupo FBM, conglomerado com atuação em Auditoria.

Cirurgiões cardíacos vão deixar Unimeds

Desligamentos começam no dia 22 e devem ser concluídos até o fim do ano. Pacientes terão de pedir reembolso às operadoras.

Por Saúde WEB

Cerca de 50 dos 78 cirurgiões cardiovasculares do Paraná são cooperados das 22 Unimeds do estado e anunciam que, a partir do dia 22 de outubro, vão pedir o desligamento das operadoras. De acordo com a Gazeta do Povo Online, eles dizem que, depois de um ano e meio de negociação buscando o reajuste de seus procedimentos, não receberam contrapropostas.
Cada unidade tem suas regras, mas o desligamento dos médicos leva, em média, 60 dias. Ou seja, a partir do fim de dezembro os clientes das Unimeds no Paraná (há mais de 1,3 milhão) terão de correr atrás de reembolso em caso de cirurgia cardíaca.
Como médicos, os cirurgiões cardiovasculares têm de atender toda e qualquer situação de emergência. “Ninguém ficará desassistido. O paciente e a família serão informados e receberão, ao fim do procedimento, uma nota fiscal para que possam buscar o reembolso do plano de saúde. Nos casos eletivos, essa negociação será feita antes. O paciente receberá um orçamento e o levará para negociar com a Unimed”, explica o diretor-presidente da Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares (CoopCárdio-PR), Marcelo Freitas.
Para não pagar do próprio bolso para depois tentar o reembolso de procedimentos que passam de R$ 20 mil, o consumidor também pode tentar garantir o pagamento por parte do plano antecipadamente na Justiça. Os juízes têm entendido que, ao não oferecer alternativas – outros profissionais para fazerem o procedimento –, o plano é obrigado a pagar o que é pedido.
Segundo a categoria, o valor médio pago pelos planos por procedimentos como a cirurgia de ponte de safena tem sido de R$ 1,5 mil – menos que o Sistema Único de Saúde, que paga em torno de R$ 4 mil. Mesmo esse valor, no entanto, é considerado pequeno, já que as cirurgias geralmente são conduzidas por equipes de três a quatro pessoas. “Nosso acordo tem sido no sentido de aumentar gradualmente esse valor para R$ 15 mil em até um ano e meio”, diz Freitas. Segundo ele, todos os planos, com exceção do Nossa Saúde e das Unimeds, aceitaram os termos.
De acordo com o cirurgião cardiovascular George Soncini, ninguém queria uma decisão radical, mas os profissionais estão há quatro anos buscando uma solução para a defasagem. “Outras Unimeds do Brasil já cumprem esse mínimo, então entendemos que é possível encontrar uma solução aqui no Paraná também”.
Outro lado
A Federação das Unimeds do Paraná informou por e-mail à Gazeta que cabe a cada uma das 22 singulares do estado a negociação com os cirurgiões cardiovasculares, mas que “em nenhum momento deixou de atender a CoopCárdio-PR” e que “o material com as reivindicações entregues às cooperativas foi analisado em conjunto com todas as Unimeds do estado”.
Segundo a nota, a conclusão foi de que é impossível discutir valores de honorários de grupos particulares de cooperados, sem que se crie conflitos intransponíveis entre especialidades, e que as reivindicações dos cirurgiões cardiovasculares não são compatíveis com “os critérios de equidade” da Classificação Brasileira Hierárquica de Procedimentos Médicos (CBHPM). A Unimed Curitiba, que tem 538 mil clientes, limitou-se a dizer que está em negociação com a categoria.
O Ministério Público do Paraná vai agendar para os próximos dias uma audiência entre a Unimed e os cirurgiões cardiovasculares. Em julho, diante de um movimento parecido de 50 anestesistas contra a Unimed Curitiba, o órgão conseguiu mediar um acordo.

Fonte: Fabiane Ziolla Menezes/Gazeta do Povo Online)