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Formada em Administração de Empresas com especialização em Auditoria e Gestão em Saúde. Consultora em qualidade e Gestão por Processos na área da saúde para hospitais e operadoras de planos de saúde.Professora de Pós Graduação na área da Qualidade em Saúde. Mestre em Desenho, Gestão e Direção de Projetos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O futuro da gestão nas instituições de saúde

Quem não tiver uma gestão racional e processos eficientes e eficazes perderá oportunidades valiosas de intercâmbio cultural e fidelização de clientes que atravessa fronteiras.

Por Genésio Jorbes

 
Há algumas semanas recebi o pedido – prontamente aceito – de escrever, para a revista FH, um artigo que levasse aos leitores quais são, na minha visão, as perspectivas para os próximos anos no segmento da saúde.
Turismo de saúde; modalidades de investimento; e tecnologia da informação – as diretrizes que, definirão os moldes do cenário da saúde nos anos que virão, com grande influência na gestão.
Turismo de saúde
Há 60 milhões de pessoas no mundo que podem, em algum momento, decidir sair de seu país e buscar, no estrangeiro, tratamentos para os mais diversos problemas de saúde. Trata-se de um contingente que representa quase um quarto da população do Brasil, que, por sua vez, tem 45 milhões de usuários da saúde suplementar (considerando planos médicos e odontológicos).
Qual será o nosso posicionamento diante deste cenário? E considerando que, em termos de tecnologia, os países destino do turismo de saúde têm os mesmos recursos e se encontram em estágio similar de desenvolvimento? O que atrairá os turistas de saúde? Médicos famosos? Hospitais bonitos? A resposta correta é: custos. Quem não tiver uma gestão racional e processos eficientes e eficazes não terá condições de receber este contingente e perderá oportunidades valiosas de intercâmbio cultural e fidelização de clientes que atravessa fronteiras.

Modalidades de investimento
Vislumbro, para a próxima década, a consolidação de três tipos de grandes hospitais, diretamente ligada às modalidades de gestão e injeção de recursos financeiros.
Os hospitais religiosos – as Santas Casas – continuarão a existir, embora com cada vez mais dificuldades de manutenção, em virtude de seus modelos de governança. Além disso, os conglomerados hospitalares das operadoras de planos de saúde – resultado da crescente verticalização – continuarão a crescer e se multiplicar, sem sombra de dúvida. E, por fim, será confirmada uma tendência que dá seus passos iniciais no cenário de saúde: os hospitais privados que se firmam no mercado, vinculados ou fomentados por investidores.
Estes últimos, transformando nosso atual modelo de gestão, ainda muito paternal e amador, num modelo empresarial, focado no resultado. Tendo a competividade como característica forte da sua atuação.

Tecnologia da Informação
Não tem jeito. Para falar do futuro da saúde no quesito tecnologia da informação, é preciso usar um pouco de imaginação. Não que faltem indícios concretos dos avanços que se aproximam. A tecnologia do chip, por exemplo, começa ganhar espaço e deve motivar a mesma quebra de paradigma que se observou quando do advento do código de barras em processos hospitalares, há cerca de quinze anos.
O chip vai ser utilizado não somente para o controle dos medicamentos, materiais e do patrimônio das instituições hospitalares, mas também na gestão de pessoas e monitoramento dos pacientes. Uma verdadeira revolução!
Outra inovação será o desenvolvimento dos sistemas web para assistência à distância. O médico com acesso a todo o prontuário e exames do paciente de maneira remota. Uma medicina virtual, que colocará em cheque o contato direto entre o médico e o doente.
Quem imaginava que o Estado de São Paulo teria sua central de laudos, atendendo a milhares de pacientes em tempo real. Os laboratórios operando com pools e sedes centrais em poucas cidades, alocando somente profissionais de atendimento e supervisão técnica.
A tecnologia da informação também contribuirá fortemente para a desospitalização. Com a possibilidade de monitoramento a distância dos indicadores de pacientes crônicos, por exemplo, diminui o número de internações clínicas, ficando os hospitais mais focados naquela que deve ser sua atividade principal: o atendimento a casos complexos.
Além dos três pontos-chave já explorados neste artigo, há ainda outras duas questões a serem consideradas com especial atenção nos próximos anos: a governança corporativa e a gestão profissional do corpo clínico. Temas já abordados anteriormente neste espaço e que voltarão a ser explorados em breve.

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